97 ANOS DE NASCIMENTO DE HERMES VIEIRA
O poeta Cariri do Cordel, pseudônimo de Uirapuan Vieira, residente em Fortaleza-CE e é filho do saudoso poeta folclorista e indianista Hermes Vieira. (foto) Através deste seu SERTÃO DE BOA FÉ, presta homenagem ao velho pai, pela passagem de seus 97 anos de nascimento –23/09/1911- Hermes faleceu em Fortaleza, em 17/07/2000 e está sepultado em Teresina-Piauí, onde viveu parte de sua vida. “O poeta está para o Piauí como Patativa do Assaré para o Ceará".
SERTÃO DE BOA FÉ
Autor: Cariri do Cordel
Quando canta o sabiá
Na palha duma palmeira
Seu canto me faz lembrar
A rica tarde fagueira
Lá nas matas do juá
Do gato maracajá
Sertão de Hermes Vieira.
Lembro-me da seriema
E do grito da acauã
Despertando outras aves
Em busca do amanhã
Nas Chapadas de piquí
No sertão do Piauí
Esse rico talismã.
Dos baixões e matagais
Do cantar da juriti
Das lagoas e jaçanãs
Frango d'água e paturi
Do soco e do carão
Com seu canto em refrão
Nos afluentes do Poti.
Do berro da vaqueirama
Do famoso alazão
Daquele vaqueiro astuto
Nas quebradas do sertão
Que enfrenta a mameleira
Tocaiando pra trincheira
O perverso barbatão.
Da paçoca no Nordeste
Sempre feita no pilão
Com farinha de mandioca
Preciosa refeição
Da carne assada de tatu
Peba, paca e caititu
Com mistura de baião.
Dessas noites ainda me lembro
Da coruja e caburé
Rasga-mortalha e mãe-da-lua
Da cabocla bem me qué
Que enfeitiça o coração
Acalmando o valentão
No sertão de boa fé.
Autor: Cariri do Cordel
Quando canta o sabiá
Na palha duma palmeira
Seu canto me faz lembrar
A rica tarde fagueira
Lá nas matas do juá
Do gato maracajá
Sertão de Hermes Vieira.
Lembro-me da seriema
E do grito da acauã
Despertando outras aves
Em busca do amanhã
Nas Chapadas de piquí
No sertão do Piauí
Esse rico talismã.
Dos baixões e matagais
Do cantar da juriti
Das lagoas e jaçanãs
Frango d'água e paturi
Do soco e do carão
Com seu canto em refrão
Nos afluentes do Poti.
Do berro da vaqueirama
Do famoso alazão
Daquele vaqueiro astuto
Nas quebradas do sertão
Que enfrenta a mameleira
Tocaiando pra trincheira
O perverso barbatão.
Da paçoca no Nordeste
Sempre feita no pilão
Com farinha de mandioca
Preciosa refeição
Da carne assada de tatu
Peba, paca e caititu
Com mistura de baião.
Dessas noites ainda me lembro
Da coruja e caburé
Rasga-mortalha e mãe-da-lua
Da cabocla bem me qué
Que enfeitiça o coração
Acalmando o valentão
No sertão de boa fé.
Fortaleza, de setembro de 2008
Mensagens para: cecordel@yahoo.com.br
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