Por Guaipuan Vieira (*)
Recentemente,
no programa Canto Sertanejo, da Rádio
Pitaguary, entrevistei o professor Francisco José Gomes Damasceno,
da UECE, Doutor em História (PUC-SP) e Coordenador do Laboratório de Estudos e
Pesquisas em História e Culturas - DÍCTIS/UECE. Lançou, há pouco tempo, dois
livros: História(s)E(m)Arte(s): Reflexões Sobre Sujeitos,
coletânea de textos escritos por autores diversos e que aborda temas sociais e
práticas culturais, resultado de um seminário realizado no Mestrado em História
daquela universidade. O segundo livro: Nos Caminhos da Vida de Siqueira de
Amorim, é a reprodução de croniquetas publicadas em jornais de Fortaleza,
entre as décadas de 40 e 60, por Siqueira. Os livros foram publicados pela
Editora EDUFCG (Universidade Federal de Campina Grande-PB) e estão disponíveis
em bibliotecas públicas da capital alencarina, para aqueles que se interessam
pela nossa cultura.
Neste artigo, faço
uma reflexão sobre o conteúdo de NOS CAMINHOS DA VIDA... por se tratar
de um personagem que vivenciei, e que não foi somente um poeta
repentista ao som da viola, mas um formador de opinião, admirado por colegas do
repente e intelectuais. Compunha a elite de cantadores de sua época, como Cego
Aderaldo, Domingos Fonseca, Granjeiro, entre muitos, e que por ironia do
destino, na efervescência da carreira, perdeu o direito de cantar, por
complicações na laringe. Nos idos de 1992, em uma de nossas conversas, em sua
residência, no município de MARACANAÚ-CE, transparecia desolado dos cantadores,
mas alimentava seu existir na produção de cordel e na esperança de ver um livro
inédito publicado, o que não aconteceu. Sabe-se que alguns anos depois do
falecimento dele, os originais guardados em ambiente insalubre, na velha
residência, foram destruídos. 

